Luciana Carvalho Azevedo, nascida em 12 de janeiro de 1999, em Salvador, Bahia, é uma jovem de 26 anos marcada por coragem, resistência e luta por representatividade.
agnosticada com a rara Síndrome de Moebius — uma condição neurológica congênita que afeta principalmente os músculos da face e da fala — Luciana é estudante de Serviço Social na Fundação Visconde de Cairu e uma voz ativa na luta por direitos das pessoas com deficiência (PCD), especialmente dentro das religiões de matriz africana.
Crescida em uma família desestruturada, com uma mãe usuária de drogas e um pai ausente, Luciana encontrou base e formação em sua avó paterna, que assumiu a criação e lhe transmitiu os valores que carrega até hoje. Foi essa base afetiva e moral que fortaleceu sua caminhada diante de tantos desafios.
Aos 22 anos, Luciana foi iniciada no Candomblé Keto, um processo que, embora espiritual, foi também marcante por revelar o preconceito velado contra pessoas com deficiência dentro de espaços religiosos. Durante sua iniciação, ouviu questionamentos e restrições quanto à sua atuação por causa da síndrome, como a impossibilidade de colocar a mão sobre a cabeça de outras pessoas — um gesto comum e simbólico na religião.
Essa experiência dolorosa despertou nela questionamentos profundos sobre exclusão, aceitação e o papel da liderança para pessoas PCD nas religiões afro-brasileiras.
Dessa vivência nasceu seu projeto pessoal: "Pessoas com Deficiência no Cargo de Liderança: um olhar direcionado às religiões de matriz africana"
Com ele, Luciana busca reconhecimento e valorização de pessoas com deficiência em posições de liderança nesses espaços. O projeto também tem como missão divulgar e informar sobre a Síndrome de Moebius, tanto dentro quanto fora das religiões de matriz africana, promovendo inclusão, representatividade e respeito.
Luciana é mais do que uma mulher com deficiência: é uma agente de transformação social, que utiliza sua trajetória para abrir caminhos e mudar realidades. Sua história inspira e convida à reflexão sobre como a fé, o respeito e os direitos humanos devem caminhar juntos, sem barreiras ou exclusões.
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